quarta-feira, 7 de novembro de 2007

30 Anos


Primeira metade da década de 80. Havia um deputado estadual e coronel chamado Orzete Philomeno Gomes. Na época se discutia o restabelecimento das eleições diretas para presidente. Na página de Política do ´Diário´, saiu uma declaração de Orzete: ´Sou contra eleições diretas porque o povo não sabe votar´. Na Coluna É..., que ainda não era assinada, eu escrevi: ´É incrível, mas o deputado admite que o povo que o elegeu não sabe votar. E não deve saber mesmo´. No mesmo dia, o repórter da Editoria de Política Paulo Ernesto Serpa foi à Assembléia. O coronel Orzete o chamou à sala, pediu para a secretária sair, fechou a porta e perguntou quem havia escrito a nota, para fazer a pessoa engolir o jornal, enquanto amassava o exemplar em tom altamente ameaçador. Paulo Ernesto, formidável criatura, nada disse. Entanto, eu telefonei para o gabinete de Orzete e deixei o recado com a secretária: ´Diga ao deputado que a nota foi escrita por mim, Neno Cavalcante. E que eu estou todos os dias aqui na redação do ´Diário do Nordeste´´.

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