segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Mais que lembranças


30 Anos. Fugaz e fascinante foi a convivência com o comandante Edson Queiroz, que madrugava no jornal, acompanhando tudo, da redação às impressoras. Até que no dia 8 de junho de 1982 aconteceu aquele acidente com o avião da Vasp na Serra de Aratanha, em Pacatuba. Dentro da aeronave, além de batalhadores cearenses do ramo da confecção, Edson Queiroz. Depois do choque pela perda que de tão perto nos dizia, tomou conta de nós o temor de que, sem o entusiasmo contagiante do timoneiro, não conseguiríamos seguir em frente. Paralelamente a isso, surgiram boatos de que o jornal deixaria de existir, o que foi veementemente desmentido por Dona Yolanda que prometeu tocar adiante o mais recente sonho do marido. E o comandante, de onde estava, deu a força necessária.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Passado presente


Era setembro ou outubro de 1981 quando fui localizado na oficina do cartunista Mino, onde costumava passar as minhas tardes, trabalhando e me deliciando com os desenhos. Era o Maurício Xerez, que viria a ser o primeiro superintendente do ´Diário´. Ele disse: ´Estamos formando a equipe e o seu nome é cotado para fazer uma coluna no 2º Caderno (hoje Caderno 3). Ao seu lado, estava o jornalista Hélio Passos. Que tipo de coluna? - perguntei. ´Do seu jeito e estilo´, disse. Fui conversar e aceitei. Até então, coluna minha mesmo, somente semanal. O desafio me fascinou.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Há 30 anos...


O filho mais novo da Dona Josefa e do Seu Natalício era um menino arteiro que colocava esparadrapo na campainha do vizinho e depois corria. Sua infância foi bem feliz e digo isso não com a certeza de quem estava lá, mas com a convicção de quem admirou olhos que brilhavam com recordações. O menino que já não era mais José ganhou da vida responsabilidades de adulto. Começou a trabalhar jovem e cedo precisou aprender a lidar com a dor de uma perda e o fascínio de gerar vidas. Trabalho muito, dinheiro pouco, uma família. O menino cresceu. Nessa hora em que olho tudo que construiu e a vida que levou, tem um sentimento que sempre me invade: orgulho. Orgulho de um menino que soube sorrir em dias frios. Orgulho de uma fruta que esteve ao lado de muitas outras podres e se manteve bela, sadia, intacta. Orgulho da pessoa que prefere dar do que receber. Orgulho do sorriso que surge intenso e lindo ao ver o sorriso do outro. Orgulho de quem sempre insistiu em ser correto, de quem preferiu ser íntegro à ganhar muito dinheiro. Orgulho de quem sempre trabalhou com dignidade e verdade. Orgulho de quem criou as filhas sem luxo, mas com valores. Orgulho de um profissional que há 30 anos trabalha com integridade e que recebe diariamente a melhor homenagem que ele poderia desejar: a de seu público. Pai, você pode não ter tido uma festa glamourosa em comemoração aos trinta anos de jornalismo. Mas eu tenho uma certeza que você também tem: a de que as pessoas que valem a pena não estão fazendo outra coisa senão batendo palmas para você. Eu nunca vou cansar de aplaudir. (A imagem é o convite para comemoração de um ano de Biba. Mino ilustrou Neno como personagem de uma revista que é uma verdadeira paixão para ele)
Texto: Marcela Cavalcante