quinta-feira, 24 de abril de 2008

Iluminados


Iluminados são aqueles que nunca se impacientam diante dos dissabores da vida nem se envaidecem com o esplendor da fortuna; são os que choram sem fazer da lágrima o clamor do desespero; são os que sorriem sem desdém e fazem do riso o acalento da alma; são os que lutam sem pensar na morte, como se a vida fosse a eternidade; são os que compreendem a fraqueza dos outros a partir de suas próprias fraquezas; são os que não odeiam nem se zangam, mesmo em face das maiores provocações; são os que encontram na coragem o vigor supremo para o exercício da tolerância; são os que se comprazem na simplicidade, embora dotados de grandeza e importância; são os que nunca se intimidam na defesa da honra e da verdade; são os que prezam a vida menos que a dignidade; são os que anoitecem sem mágoas e amanhecem sorrindo; são os que não invejam senão a virtude; são os que mandam sem empáfia e ordenam sem humilhar; são os que corrigem sem menosprezo; são os que fazem da solidão motivo para refletir e não momentos de ruminar amarguras; são os que tiram lição da tristeza para o alcance da alegria; são os que toleram sem covardia e rompem sem violência; são os que punem sem ira e disciplinam sem rancor. São os que amam a vida e o mundo, apesar dos pesares...
Genuino Sales

Picle


O cozinheiro da prisão só sabia fazer arroz solto

terça-feira, 22 de abril de 2008

30 Anos


Deferência de patrão. Em 1993, estava eu em Camocim para integrar o júri do festival de música da cidade. Era a primeira visita, fiquei encantado com praticamente tudo, a ilha do amor, Praia de Maceió, Tatajuba, o mar cobrindo o rio Coreaú como a querer protegê-lo. Após o encerramento do festival, vencido por Valdo Aderaldo - que interpretou ´Coca-cola e iguarias´ com sua mulher Paula Tesser -, um casal camocinense recebeu participantes, jurados, organizadores e autoridades para um coquetel. Antes, à tardinha, haviam chegado o então ex-prefeito de Fortaleza Juraci Magalhães (viria a ser prefeito novamente em duas ocasiões, de janeiro de 1997 a 2000e de 2001 a janeiro de 2005) e o industrial Edson Queiroz Filho, na época com projeto político. Conversava com Edson durante a recepção quando alguém, acho que era um assessor dele, disse o seguinte: ´Doutor Edson, o Neno tem coluna muito lida e pode ser de grande utilidade para a nossa causa´. Edson discordou no ato: ´De jeito nenhum. Deixe o Neno fora disso, com a independência dele´.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Macaca de auditório


A Globo mente tanto, mas tanto, que a novela das seis começa às seis e dezoito e a das oito, às nove.
Lily Carvalho

Perigo sobre rodas


Alguns itens do Manual do Mau Motorista, torcendo para que nenhum de vocês se enquadre:
1 - Dirige com uma mão só. 2 - Ultrapassa pela faixa da direita ou trafega em marcha lenta pela esquerda. 3 - Buzina sem necessidade, inclusive próximo a hospitais. 4 - Aumenta a velocidade ao ser ultrapassado. 5 - Muda de faixa sem verificar se pode fazê-lo com segurança.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Macaca de Auditório


Decididamente, a "síndrome de Ágatha Cristie" pairou na massa cinzenta dos escritores de novelas brasileiros. Já passa da medida, a maioria das tramas tem como "atração" final o assassinato do vilão em que quase todos os principais personagens têm motivos para a autoria. Na novela Desejo Proibido (TV Globo, 18h15), o personagem Henrique (Daniel de Oliveira) ainda não foi assassinado (esta nota está sendo redigida às 19h10 de 17.04.08) e já se desenha o repetitivo caso. Está faltando quengo, meus filhos.
Lily Carvalho

segunda-feira, 14 de abril de 2008

30 Anos


Rogaciano Leite Filho tinha sido quase sempre repórter de Cultura. Certa vez, numa exposição plástica no Náutico, ele me chamou a um canto mais sossegado do balcão do bar dizendo que precisava conversar comigo. Pedimos bebida e ele me disse que o Demócrito (Dummar, diretor presidente do jornal ´O Povo´) havia lhe oferecido uma coluna diária e como ele não sabia se aceitava ou não queria a minha opinião. ´Você vai dar um baile, Roga´! E ele: ´Mas só me interessa se for uma coluna no estilo da sua´. Garanti-lhe que a dele seria melhor. E foi aí que começou a coluna ´Em Off´. O ingresso dessa marcante criatura no colunismo só me fez melhorar.

´É...´ e ´Em Off´

Mais do que rivais, as duas colunas chegavam a ser cúmplices. Roga e eu ´batíamos uma bolinha diária´ e o que não era publicado na minha, saía lá e vice-versa. Era uma tabelinha perfeita, guardadas as proporções devidas, à lá Pelé e Coutinho. Tanto que sem que combinássemos previamente nesse sentido, jamais demos a mesma notícia. Rogaciano foi também freqüentador assíduo da minha barraca Clarear.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Nada a ver

Algumas frases não têm nada a ver. Dizer, por exemplo, que uma pessoa não vale o ar que respira, é comparar algo nefasto (a pessoa) a algo bom e vital (o ar).

Outra consegue ser mais infeliz: "O que fizeram comigo não se faz nem com um cachorro". Ora, por que o cãozinho, ser maravilhoso, amigo e que não faz mal a ninguém?

quarta-feira, 9 de abril de 2008

30 Anos.


Durante essas três décadas conheci criaturas fascinantes. Uma delas é o pianista e compositor (até já fez parceria com o grande Egberto Gimonti) Antônio José Forti (ou Antônio de Aragon). Além de excepcional músico, Antônio possui apurado senso de humor, sendo praticamente imbatível na colocação de apelidos. Lúcio Brasileiro, por exemplo, é inteligência contra a máquina. Atacadíssimo é o apelido de Airton Monte. O violonista Nonato Luiz é cangulo, o compositor e arquiteto Fausto Nilo é ´grauçá´ (auçá, pelo Aurélio). Por último, bode, é como ele se refere a Fagner. E o apelido do Neno, você decerto desejaria saber. Ainda não fui contemplado.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come



Só existem duas linhas de celular: a linha pré-roubado e a pós-roubado.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Em causa própria


Sou sempre abordado por estudantes e faço muito gosto. Outro dia, uma aluna de Jornalismo me parou na rua querendo saber por qual motivo os analistas da chamada ´grande imprensa´ nunca tocam no essencial, que é o pagamento indiscriminado de juros das ´dívidas´. É verdade e muitos brasileiros já percebem. Esses analistas tidos como do ´primeiro time´ e conhecidos como comentaristas da Febraban, se afligem com o que chamam de efeito do salário mínimo nas contas previdenciárias e com os investimentos na área social, mas calam quanto aos crimes de lesa-pátria.


Olho no vil metal

Outro motivo de preocupação desses observadores é com as turbulências do mercado financeiro, que lhes rendem assunto que não acaba mais. Repare que eles enchem a boca quando falam que "o mercado está sobressaltado". Entanto, não pensem você que eles são desse jeito por convicção ou ideologia. Existe dinheiro, muito dinheiro, na parada. E todos
sobem na vida ligeirinho.

sábado, 5 de abril de 2008

Em algum lugar do passado...



... eu escrevi: percorrerá o país a bandeira brasileira usada em Mossoró, RN, na manifestação contra o governo impatriótico de F(MI)HC. A peça traz os seguintes dizeres: "Fora, FHC! Venda sua mãe"! Olha, se a coitadinha fosse viva, ele seria bem capaz...

Só morrendo


A partir do governo dos tucanos-pefelistas e outros "istas" indefensáveis foram sendo criados obstáculos, aumentando as exigências para o trabalhador obter a sua aposentadoria. Veio Lula, apoiado pelos mesmos "istas" (fazer o quê?) e novas travas foram colocadas.
Tenho uma sugestão: para que o trabalhador consiga aposentar-se, bastaria apresentar um só documento: o Atestado de Óbito.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Picle


Paulo Maluf foi ao teatro e roubou a cena.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Menino travesso, o jornal.


´Pixote´ era puro humor, chegando algumas vezes ao deboche. A ´Tribuna do Ceará´ completava 30 anos e eram muitos os festejos. Em sua coluna, Dedé de Castro, que assinava Baijaticá, escreveu: ´Um jornal que completa três décadas e mal conseguiu chegar às bancas, não tem motivos para comemorar, somente para refletir´. Na semana seguinte, entro na sala do nosso mecenas Dorian Sampaio que estava com ligação telefônica. Fiz menção de me retirar, mas ele interveio: colocou a mão sobre o fone e disse baixinho: ´Senta aí, é o Sancho´ (José Afonso, diretor presidente da ´Tribuna´, fumando numa quenga). Dorian seguiu falando: ´Entenda, Sancho, a relação ´JD´ e ´Pixote´ é puramente comercial. Eu não tenho nenhuma ingerência na sua linha editorial, que fica a cargo do Gervásio de Paula e do Neno... O que, Sancho? Se o Neno é baitola? Bem, isso eu não sei. Só sei que eu não sou´. Dorian era muito espirituoso e a gargalhada foi geral.
(A imagem acima é um texto do querido Audifax Rios que foi publicado no dia 23 de março de 2008, no jornal O Povo. Audifax é um artista múltiplo. Escreve, pinta ótimos quadros e o sete também, é designer gráfico e ainda faz previsões sobre o resultado do jogo do bicho. No Pixote ele escrevia a seção "Já fez a sua fezinha hoje?")

Rir de graça



Diálogo no intervalo do pregão da Bolsa de Valores: ´E a saúde, como vai´? - Mais ou menos. Fiz alguns exames e está tudo bem, exceto o colesterol, que subiu muito nas últimas semanas. ´Então venda imediatamente, homem de Deus´!

terça-feira, 1 de abril de 2008

30 anos


Existe & Não Existe:
1 - ´Deputado Fulano de Tal é muito meu amigo´. Se dito por um jornalista, não existe. Político não é amigo de jornalista, ele usa os que se permitem usar e compra os que se permitem vender.
2 - ´O secretário é minha fonte´. Não existe. Autoridade só divulga o que é do interesse dela, logo, não é fonte confiável, diferentemente do rapaz ou moça da limpeza ou da copa (cafezinho).
3 - ´Notícia é a eu que eu corro atrás e não a que me chega de graça´. Existe. Quase sempre, a notícia a qual buscamos é a que interessa, tem valor.
4 - ´Todo homem tem o seu preço´. A frase é utilizada de forma equivocada (intencionalmente) por aqueles venais que pretendem nivelar por baixo. Sim, todo homem tem um preço, mas não dinheiro, como os mal-intencionados apregoam.
5 -´Na Internet eu sempre encontro tudo que preciso´. Não existe. Pode-se até encontrar, mas o problema está no ´sempre´ e no ´tudo´, que podem limitar ao superficial e levar ao erro.
6 - 'Confio na minha fonte, mas chequei rigorosamente a informação'. Certíssimo!