terça-feira, 3 de março de 2009

Nem só espinhos


A censura é odiosa, embora no vasto terreno da hipocrisia muitos a pratiquem enquanto, de fachada, defendem a democracia e pregam a liberdade. Em meio a decepções, eis que surge um alento: tirada arbitrariamente de circulação no fim de novembro do ano passado, o jornal carioca Tribuna da Imprensa, grata exceção de uma mídia comprometida com interesses não propriamente brasileiros, está voltando na forma impressa. E também foi feita justiça no aspecto pecuniário: o jornal será indenizado pela União em decorrência da censura, das perseguições e dos prejuízos materiais e morais sofridos entre 1969 e 1979 (ditadura).

Vitória do bem

Proibida de circular, a Tribuna continuou chegando aos leitores na versão on line, em edições limitadas, é verdade, trazendo apenas as manchetes, as principais notícias do dia e os articulistas. Até que saiu a decisão, felizmente em última instância (STF), do ministro Celso de Melo, que precisou de apenas 18 dias (o ministro Joaquim Barbosa fez a peça dormir três anos).

Nobre destino

O diretor da TI, jornalista Hélio Fernandes, diz que dinheiro ou bens materiais nunca o seduziram. A indenização, segundo ele, será utilizada no pagamento de dívidas obrigatórias, contraídas por causa da perseguição ´incessante, implacável, ininterrupta´. Não sei se será feito, mas os três últimos meses em que foi proibida de circular, dão à Tribuna o direito a uma nova ação.

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