quarta-feira, 7 de maio de 2008

30 anos


Minha mãe Josefa Quezado Cavalcante, a doce dona Nair, era uma santa. Era, não, é, porque o caráter de uma pessoa não melhora nem piora depois que a matéria se vai. Tenho muitas histórias para contar de nossa convivência de 17 anos, três meses e seis dias (em sete de outubro de 1972, ela resolveu me esperar em Outro Lugar, se eu merecer ir para lá), além dos sete meses em que fui hóspede de sua barriga. Uma delas se refere a um jarro de estimação que eu quebrei. Aproximei-me de dona Nair e perguntei: ´Mãe, a senhora prefere que eu morra ou aquele jarro de que tanto gosta quebre´? - Deixa de besteira, menino. É claro que prefiro ver o jarro quebrado. Arrematei: ´Pois se prepare, porque eu acabo de tropeçar na mesinha da sala e ele espatifou-se no chão´. Antes que alguém pergunte o que isso tem a ver com os meus 30 anos de profissão, vou logo dizendo, primeiro, que meus 30 não começaram há 30 e sim, exagero à parte, na concepção. Depois, sem ela eu não teria completado um dia de jornalismo, dirá três décadas.

Um comentário:

Beto Veiga disse...

Que bonito, Neninho.
A Vovó era um show. Uma das pessoas que ocupam lugar de destaque no meu coração.
Beijão do Beto